Debate acaba com Marçal expulso e assessor de Nunes agredido
CANDIDATO DESRESPEITOU REGRAS

O debate do Flow News entre os candidatos a prefeito de São Paulo nesta segunda-feira (23) foi preparado para evitar o confronto entre os adversários. Mas, durante as considerações finais, o candidato Pablo Marçal (PRTB) foi expulso por infringir as regras por três vezes, provocando um clima de animosidade que culminou em uma briga no palco.
Marçal foi expulso do programa, e uma confusão tomou conta da reta final do debate. Nas considerações finais, Marçal chamou o prefeito de "bananinha" e foi advertido pelo apresentador Carlos Tramontina, que o lembrou das regras que proibiam insultos. Quando deveria voltar a falar, Marçal preferiu ficar mudo até os instantes finais e afirmou que o prefeito seria preso por suposta corrupção em merenda de creches. Tramontina avisou que Marçal estava excluído do debate, e uma confusão começou.
Seguranças invadiram o palco, e o programa foi cortado. Quando voltou ao ar, Tramontina explicou a confusão. Disse que Marçal "reiteradamente desrespeitava as regras e na saída dele houve uma confusão e um assessor do prefeito Ricardo Nunes foi agredido, levou um soco no rosto, está sangrando bastante", disse. Na verdade, a vítima foi Duda Lima, marqueteiro do prefeito.
O homem que agrediu Duda Lima é Nahuel Medina, sócio de Marçal, que também é cinegrafista do candidato. "As partes foram encaminhadas à delegacia, onde prestaram depoimento. A vítima [Duda Lima] também entregou imagens referente aos fatos e requisitou medidas de proteção contra o autor. A autoridade policial solicitou a realização de exame de corpo de delito e orientou a vítima sobre o prazo para representação criminal", informou a SSP (Secretaria de Segurança Pública), em nota ao UOL.
A confusão com Marçal aconteceu faltando 40 segundos para ele terminar suas considerações finais. O candidato tinha dois minutos e 30 segundos para se dirigir ao público e defender sua candidatura, mas acabou se desviando das regras. Foi quando Tramontina avisou que ele seria retirado caso não respeitasse as regras.
Marçal voltou à cena e manteve o olhar para a câmera, mas se manteve em silêncio. Diante da atitude do empresário, e faltando 10 segundos para concluir o tempo, o apresentador avisou que ele tinha de se retirar.
Depois da briga, a apresentadora Helen Braun disse que assessores de Marçal insinuavam que o debate e o sorteio de perguntas era manipulado. "Ele estava buscando uma narrativa para provocar sua expulsão", disse ela.
Já fora dos palcos, Tramontina culpou o ex-coach pela confusão. "Foi o debate com o maior número de propostas, de ideias (...) é uma pena que o candidato decidiu entornar o caldo. Não precisava. Vai ganhar o quê? E aí vem bater boca comigo?", disse.
Marçal já havia escolhido Nunes como alvo antes do debate. Os dois chegaram a bater boca antes do programa começar. A confusão provocada por Marçal e sua equipe foi alvo de crítica dos adversários.
Marçal culpou assessor de Nunes
Antes de sair dos estúdios, Marçal falou com a imprensa. Ele mostrou um vídeo em seu celular afirmando que um assessor do Nunes "agrediu um integrante da minha equipe, e ele, na reação, acabou desferindo um soco", disse. "Infelizmente as pessoas estão sem equilíbrio emocional em nossa sociedade."
Marçal disse ainda que Duda Lima "não pode entrar em debate". "Porque ele assumiu as dores do prefeito, que eu vou prender junto com a Polícia Federal", disse ao voltar a associar Nunes ao crime organizado.
Marçal tentou justificar sua expulsão do debate ao responsabilizar Tramontina. "O Datena falou coisas absurdas a meu respeito e vergonhosamente o Carlos Tramontina não interrompeu. Na minha fala ele me advertiu, e eu fui continuar da mesma forma usando o princípio da equidade, e ele não me respeitou. Ele me advertiu mais uma vez e eu não vou aceitar esse tipo de censura."
As informações são do Uol.