Presidente Venceslau chega a 327 casos de dengue e registra uma morte; outro óbito está em investigação
ALERTA

Presidente Venceslau contabiliza, até esta quarta-feira (2), 838 casos notificados de dengue, dos quais 327 foram confirmados e 511 descartados. Quatro casos seguem em investigação. A cidade já registra uma morte confirmada pela doença e investiga outro óbito suspeito.
A vítima confirmada é um homem de 67 anos, sem comorbidades, que faleceu no dia 28 de maio. A confirmação, no entanto, só foi divulgada pela Secretaria Estadual de Saúde no fim de junho, devido à alta demanda nos exames laboratoriais. O outro caso suspeito envolve uma mulher de 52 anos, com comorbidades, que morreu no último dia 17 de junho. Com isso, a taxa de letalidade da dengue em Presidente Venceslau é de 0,31%.
Do total de infectados, 56% são mulheres, com maior incidência entre 50 e 64 anos, faixa etária que concentra 15% dos casos. Entre os homens, que representam 44% dos infectados, a faixa mais afetada é de 35 a 49 anos, responsável por 12% das confirmações.
Apesar da chegada do inverno, período historicamente de baixa proliferação do mosquito Aedes aegypti, a Vigilância Epidemiológica do município reforça o alerta para a necessidade de cuidados contínuos. Segundo o órgão, o vetor da dengue tem se adaptado ao clima mais frio e pode se reproduzir mesmo em temperaturas mais amenas, desafiando as antigas noções sobre sua sazonalidade.
De acordo com o Ministério da Saúde, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya consegue completar seu ciclo de vida em ambientes aquecidos artificialmente, como casas com grande exposição solar ou caixas d’água mal tampadas. Além disso, a urbanização desordenada, o acúmulo de lixo e a falta de cuidados domésticos facilitam a manutenção de criadouros mesmo fora do verão.
O ovo do Aedes aegypti, por exemplo, pode resistir até 450 dias em locais secos, aguardando apenas o contato com a água para eclodir. Isso torna a eliminação dos focos uma tarefa que exige vigilância constante, mesmo em períodos mais frios.
Prevenção
As autoridades sanitárias reforçam que a colaboração da população é fundamental. Medidas simples podem salvar vidas:
- Manter caixas d’água, tonéis e barris sempre bem tampados;
- Evitar o acúmulo de água em pratos de vasos de plantas, pneus, garrafas e outros recipientes;
- Realizar a limpeza frequente de calhas e ralos;
- Não deixar objetos que acumulem água nos quintais;
- Permitir o acesso de agentes de saúde às residências durante os bloqueios e vistorias.
A Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza, semanalmente e gratuitamente, caçambas para descarte de materiais inservíveis, com o objetivo de auxiliar os munícipes a manter os quintais livres de utensílios que possam acumular água, além de garantir o descarte correto desses materiais.
Situação nacional
Em 2024, o Brasil enfrentou um dos piores surtos de dengue da história. Segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados mais de 6 milhões de casos prováveis da doença, com 5.972 mil mortes confirmadas. A escalada de casos tem relação direta com fatores como o aquecimento global, chuvas intensas, mudanças no comportamento do mosquito e baixa imunidade da população diante de diferentes sorotipos do vírus.
Com os números ainda elevados, mesmo fora do pico de calor, a Vigilância Epidemiológica de Presidente Venceslau pede que a população não relaxe nos cuidados. “A dengue é uma doença grave, que pode evoluir para formas hemorrágicas e levar à morte. Precisamos manter a atenção durante o ano todo”, reforça Grazieli Feriani, Coordenadora do órgão.